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sábado, 1 de maio de 2021

COVID 19 - Retorno às aulas presenciais - parte 2

 

“ Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenários de dementes.”

Shakespeare

“Nos indivíduos, a loucura é algo raro - mas nos partidos, nos povos ,nas épocas é regra.”

Nietzsche

Com essas duas frases me refiro ao atual Governador do Estado e sua Nova Secretária da Educação.

 

Nas esferas Federal, Estadual e Municipal todos possuem o Gabinete de Crise com objetivo de traçar estratégias para situações de urgências e emergências que atingem a sociedade como um todo, são grupos que discutem temas de impacto econômico, na saúde, no sistema prisional, na comunicação e em serviços digitais e dados. Mas o objetivo aqui é dizer que precisamos sim de um grupo ou mesmo uma agência nacional de monitoramento de evento de risco existencial, isto é, situações que ameaçam existência humana, tanto levando a sua diminuição populacional ou até mesmo sua total extinção.

A crise envolve riscos entre esses quero falar dos riscos biológicos e ambientais, o primeiro envolve nosso momento atual como a pandemia e o segundo as mudanças climáticas. Ambos os riscos desestruturam os sistemas econômico, o de saúde, o educacional e a segurança, levando ao total caos.

O importante é aprender com situações passadas para saber quais lições que podemos aprender com estes experimentos e como podemos nos preparar novamente para o futuro?

Vamos pensar em um acontecimento letal do século passado, isto é, a pandemia de influenza em 1918 a conhecida Gripe Espanhola. Segundo as informações foi que de 1% a 5% da população mundial morreu por causa da pandemia, alguns registram apontam para 50 e 100 milhões de pessoas, registros mais corretos apontam para 17 milhões, lembrando que a população era  1,9 bilhões de pessoas no ano de 1918. No Brasil a população era de 28 milhões de pessoas nessa época e foram vitimadas fatalmente 35 mil pessoas pela doença.

Exatamente um ano atrás escrevi o artigo que pode ser acessado no link que segue,

Enquanto a população brasileira em 1918 era de 28 milhões de pessoas hoje o Brasil segundo dados do ano de 2020 possuímos uma população de 211 milhões de pessoas.

TEXTO PUBLICADO HÁ UM ANO

Onde alertava sobre a contaminação do Covid 19 e a questão do retorno às aulas presenciais, na época (1º de maio de 2020) os dados eram os seguintes: Brasil já tinha mais de 6 mil óbitos e mais de 90 mil casos confirmados e aqui no Rio Grande do Sul estávamos  em 2 mil contaminados e número de óbitos que já passava dos 60 indivíduos. E nós já estávamos assustados com esses números em maio do ano passado.

Hoje após um ano a situação  é 14,7 milhões contaminados, mais de 404 mil óbitos e no RS  já estamos com 975 mil  contaminados e mais de 24 mil óbitos.

A estratégia para diminuir o conceito de “Redução da Curva”, que tem objetivo de retardar o pico de contágio, ainda é o distanciamento social, a higienização pessoal o uso de máscara de forma correta, e claro em 2020 quando escrevi o artigo não existia vacina alguma, hoje já temos uma diversidade de fabricantes, bem que a eficácia delas ainda não está bem clara e nem sabemos o tempo que elas podem imunizar nós humanos, afinal novas cepas do vírus surgiram, mas sabemos que vacinar é importante. Mas para registro, a eficácia das vacinas em uso aqui no Brasil que tiveram seu uso emergencial liberado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), foram a Coronavac (Butantan) com eficácia global de proteção 50,38% com necessidade de duas doses e Astrazeneca (Fiocruz) com eficácia global de proteção 70,40% com necessidade de duas doses, essas duas já em uso na vacinação brasileira, ainda aguardamos a Pfizer com eficácia global de proteção 90% com necessidade de duas doses, que deve estar chegando entre abril e maio de 2021, e a da Janssen com eficácia global de proteção 66% com necessidade de apenas um dose que deve chegar ao Brasil em dezembro de 2021. Lembrando que esses dados de eficácia das vacinas é obtida na fase 3 dos testes no desenvolvimento de imunizantes.

Ainda em 2020 o Estado do Rio Grande do Sul, nos colocou os professores de volta a frente das salas de aula, primeiramente apenas isentou de um retorno os profissionais acima de 60 anos ou com comorbidades comprovadas, em Outubro de 2020 estava eu novamente indo de forma escalonada para a escola e isso foi se repetindo até janeiro de 2021, onde tudo começou a dar sinais de equívocos de estratégias, retorno programado para março acabou não ocorrendo por causa desses equívocos, como a flexibilização do distanciamento, afinal todo o trabalho iniciado em março de 2020 para conter o vírus levando a diminuição de casos entre outubro e novembro, achatando a tal curva, se perdeu com a questão de liberar tudo para realizar eleições, voltamos ter aglomerações, alguns pensando que por existir vacina já estava tudo resolvido, em janeiro de 2021 nem Plano Nacional de vacinação tínhamos. E para nós professores quando o tal plano foi lançado fomos colocados em último lugar, priorizaram idosos e esqueceram que o vírus está sendo letal principalmente entre as idades 20 e 50 anos.

Hoje digo como professor da rede pública Estadual, que ainda aguarda  por vacina, e sofremos pressão para um retorno pseudoseguro nas escolas que na visão utópica de governantes tem condições de seguir protocolos, lembrando que os protocolos do Estado é Álcool em Gel, máscaras de baixa qualidade e muita BOA SORTE! Afinal o discurso do Governo, da Secretaria da Educação e até mesmo no caso na rede privada o discurso do sindicado patronal do SINEPE é: Que lugar de estudantes é na escola já que Órgãos Sanitários garantem a segurança, e se os órgãos (in)competentes afirmam que pode voltar ao ensino presencial, basta para o retorno, lembrando você leitor que são os mesmos órgãos que já se equivocaram anteriormente, determinando idades de risco, flexibilizando regras e pouco ligando para o que o sistema de saúde pode garantir de atendimento a população. São os mesmos órgão que defendem o retorno presencial da educação infantil e dos 1º e 2º anos do ensino fundamental, onde a atual secretária de educação diz que criança não é o principal vetor da doença, que vai ao contrário o que é Segundo o Ministério da Saúde, entre fevereiro de 2020 e 15 de março de 2021, a Covid-19 matou pelo menos 852 crianças brasileiras de até nove anos, incluindo 518 bebês menores de um ano.

Hoje a população brasileira que recebeu a segunda dose é de algo de mais ou menos 2,8 % que em tese estariam protegidas ao vírus e suas complicações mais severas, o correto para que possamos voltar para algumas atividades entre elas o retorno presencial seria de 50 % a 90% de vacinados, como ainda estamos longe o segredo é atenção redobrada.

Mas o Governo do Estado do RS nas últimas semanas travou um verdadeiro cabo de guerra com o STF , e que enfim o Governado  do RS puxou a corda para seu lado, mudando às regras do jogo, e fazendo professores, funcionários e alunos retornarem para a sala de aula e não somente a educação infantil e os 1º e 2º do ensino fundamental e sim o retorno de toda a educação básica, sem vacina e com a já relatada precariedade para realizar os protocolos nas escolas, que possamos termos sorte de ter saúde para completar  o ano letivo de 2021, encerro esse desabafo com a seguinte frase:

 

 O mais seguro ainda é ficar em casa e redobrar os cuidados.

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