Ainda sabemos pouco sobre o vírus Covid-19, mesmo com nossos
avanços dia-a-dia, a propagação do vírus continua mais acelerado, aprendemos todos os dias e consequentemente
novos protocolos são adotados e sua eficácia é corroborada ou refutada na
mesma velocidade do aumento de número de casos. Dentro as medidas adotadas o
distanciamento social é o ainda mais eficaz eficiente para conter a disseminação
do vírus e frear o número de contaminados e óbitos.
A pergunta que fica será que pais
e responsáveis estão tranquilos com o retorno às aulas? Sabemos que a tranquilidade
em relação a essa pandemia vem de duas vias, a primeira o surgimento de uma
vacina capaz de imunizar e outra de tratamento com atendimento médico adequado
para casos que necessitem de internação. Sabemos que o desenvolvimento de uma vacina
demanda dinheiro, pesquisa e tempo e de imediato estamos longe disso e num cenário
otimista a vacina estaria disponível dentro de alguns meses, já sobre a segunda
via , é de conhecimento de todos que os medicamentos atuais pouco podem fazer
do que amenizar alguns sintomas e que o atendimento hospitalar a cada dia mesmo
com a medida de distanciamento social está sempre próximo ao colapso.
O governo do estado está com ideia
de retorno logo na época em que o pico de casos atinge o Brasil, sabemos da
realidade das escolas públicas e sua eterna falta de recursos materiais e de
pessoal, como instituir protocolos em escolas com salas de aulas pequenas e de
muitos alunos, algumas com problemas de estruturas que até as janelas das salas
não abrem, escolas com corredores estreitos de pouco circulação de ar onde os
estudantes aglomeram permitindo assim situação de risco de contágio.
Como instituir a disponibilidade
de recursos como as máscaras, álcool em gel entre outras formas de proteção
para alunos, professores e funcionários em instituições de ensino que muitas
vezes falta até mesmo merenda escolar.
O governo até poderia propor
dividir turmas para evitar aglomeração em salas de aula e manter o distanciamento
mínimo entre os alunos, mas sabemos que o governo adota a ideia de fusão de
turmas e fechamento de turnos de funcionamento escolar onde aglomerar é a
palavra que impera.
O pouco que sabemos sobre o vírus,
já é permitido dizer que não existe grupo de risco e que todos nós estamos suscetíveis
a contaminação. Seremos nós crianças, jovens, adultos e idosos colocados em uma
situação de risco. Basta somente imaginar que em época de normalidade a
quantidade de ônibus lotados que trazem alunos e professores para as escolas,
será que com o retorno às aulas agora esse cenário de transporte irá mudar? Sabemos
que essa atitude irá de forma exponencial aumentar os casos de Covid-19 no Estado.
Estamos próximos ao pico de
ocorrências do Covid-19 no Brasil, tememos uma segunda onda do vírus também, e
com tudo isso o governo ainda acredita que o retorno para as salas de aula é o
correto para fazer. Ao invés de aprimorar o sistema de aulas programadas, até
que tenhamos um cenário mais seguro para todos e enfim retornarmos. Devemos
condicionar a evolução da pandemia ao retorno das atividades escolares.
Seria o verdadeiro extermínio discente
e docente, registraríamos dia-a-dia o número de infectados nas escolas, alunos
e professores se ausentando por causa do vírus, quem sabe seria esse o plano macabro
dos governantes, para enfim reduzir os gastos com o ensino público, isto é,
diminui a massa crítica, e com isso fica fácil justificar fechamentos de
turmas, turnos e escolas.
Fica aqui o pedido de bom senso
aos governantes estamos diante de um mundo novo, vamos ser ousados na tentativa
de retorno a uma vida normal, mas não podemos confundir ousadia com alienação e
adotarmos uma atitude irresponsável quando falamos de vidas. Até o momento que
me encontro escrevendo a mensagem o Brasil já possui mais de 6 mil óbitos e mais
de 90 mil casos confirmados e aqui no Rio Grande do Sul estamos quase em 2 mil
contaminados e número de óbitos que já passa dos 60.